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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Resenha: Reiniciados, Teri Terry


Em 2020 aconteceram motins, grandes ações de violência com terroristas e gangues. Nessa época muita gente morreu entre inocentes e criminosos. E como medida de contenção diante de tantas atrocidades, para se recuperar a paz, a Drª Lysander cria o projeto Reiniciados, que apaga essas memórias agressivas e perigosas, condicionando-as a sociedade atual em meados de 2050. Mas até onde este projeto vale a pena, tirando a liberdade das pessoas, mesmo para um bem comum?

A protagonista da estória é Kyla Davis (pelo menos é assim que todos a chamam, ela não tem certeza se seu verdadeiro nome sempre foi este), ela tem 16 anos e acabou de ser reiniciada. Todos que passam por este processo tem que voltar a aprender desde o mais básico como andar até se alimentar sozinho, são mais inocentes que um bebê. E para controle destes humanos devolvidos a sociedade, é implantado um chip em seus cérebros e Nivos(que acredito terem aparência de um relógio digital) em seus pulsos. Este Nivo capta as emoções; Quando detecta violência, raiva, medo ou angústia ele cai de 5.0 pra abaixo e à medida que vai descendo o individuo começa com tonturas, passar mal, convulsões até 0.0 que é a morte certa. O ideal é manter o Nivo de 5.0 acima, para que se sinta feliz e em paz. Kyla tem consultas semanais com sua médica que realizou o tratamento, ela também participa de reuniões entre grupos de reiniciados que contam suas experiências em como se adaptar de novo à vida em sociedade. O cenário é Londres, e Kyla é enviada ao interior da cidade, onde tudo é mais calma e tranquilo.
Nossa protagonista mostra uma anomalia em seu processo, ela tem constantes pesadelos, que causam a queda brusca do Nivo dela e quase todas as vezes ela é atendida por  enfermeiros por estar a beira da morte. Kyla se questiona sobre até onde estes pesadelos são ficcionais e até onde eles podem ser verdades, memórias que não deveriam estar ali e que por algum motivo podem estar voltando. Outro curioso fato é que quando Kyla sente raiva, estranhamente seu Nivo não cai, ele estaciona ou simplesmente aumenta, o que vai totalmente contrário do que se foi projetado, mas por quê? E por que justo com ela?

Vários elementos distópicos são revelados ao longo da estória, como “Os Lordeiros”, grupo que causa muito medo e opressão, mas que são agentes para preservar a paz dessa sociedade.
Os opostos são “Os Terroristas”, rebeldes violentos que lutam contra este novo projeto e os Lordeiros. Esse grupo de terroristas querem acabar com os médicos que realizam os reiniciados e estes últimos para o grupo de terroristas, não são confiáveis e querem exterminá-los também.

A narrativa é bem fluída e de fácil compreensão a autora consegue te envolver na trama e te faz questionar bastante sobre tudo: nem tudo é o que parece, a realidade parece distorcida e as pessoas se omitem para não serem questionadas ou levadas pelos Lordeiros, essas atitudes são fruto de puro medo que assola a população. O controle é a base de muito medo e repressão, todo reiniciado é condicionado a uma forma de vida perfeita e quando seu objetivo não é atingido, as famílias que acolheram aquele reiniciado, podem devolvê-lo ao hospital, uma vez que o produto não atingiu o esperado, “objeto com defeito que foi devolvido pela insatisfação do cliente”.
Com o tempo Kyla percebe que talvez o governo esteja escondendo alguns crimes, como além de criminosos as pessoas normais estejam também sendo reiniciadas por ir contra certas regras impostas pelo governo ou pensando por conta própria, ideias revolucionárias que podem gerar o caos e desestabilizar este governo totalitário.


O final do livro, revela algumas novidades, mas outras ficam no ar, um ar de suspense que instiga o leitor a querer ler desesperadamente o segundo volume da série: Fragmentada. Uma distopia de tirar o fôlego e com fortes críticas a sociedade e governos manipuladores, muito bem recomendada.

Quote:
"No final das contas, nada disso importa, porque não importa quem eles sejam, tenho de fazê-los gostar de mim. Fracassar não é uma opção." Pág.: 13

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