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terça-feira, 23 de maio de 2017

Resenha: Segunda Natureza, Nora Roberts


Sinopse:
O magnetismo de Lee Radcliff é o suficiente para fazer com que Hunter Brown abra mão de uma vida excêntrica e reclusa para passar duas semanas acampando com ela. Na verdade, Lee deseja apenas uma entrevista com Hunter, um célebre escritor de romances de terror. Entretanto, após conhece-l o como homem, ela terá de optar entre publicar uma matéria exclusiva...

O livro foi sorteado da minha grande e imensa pilha (TBR) de livros para ler, e confesso que foi uma boa leitura de um livro comprado há dois anos.

Novamente a narrativa da Nora é envolvente, previsível e bem tórrida. Como o livro é de 1985, durante a leitura notamos a falta da modernidade do século 21, mas não desmerece a trama, levando em conta o ano que foi publicado. A leitura foi bem fluida, a autora colocou um dos protagonistas com um passado bem recluso, instigando o leitor querer saber mais, avançando na leitura. Este mesmo personagem recluso é escritor e a protagonista é leitora que também escreve e no decorrer da trama temos citações de livros e autores importantes, que torna a leitura mais agradável.
Hunter Brown é um personagem bem enigmático e misterioso, o clichê que eu e muitos leitores amamos, e aos poucos vamos conhecendo-o e compreendemos as razões dele viver desta maneira reservada.
Lee Radcliff, é a “pobre moça rica” que quer conquistar seu valor e posição as próprias custas, sem ser privilegiada pelo dinheiro ou nome da família. Ela é jornalista e aspirante a escritora, mas por seu medo de fracassar ela perde muitas chances e oportunidades em elevar seus escritos a um patamar mais respeitado e reconhecido, o clichê da mulher insegura que não confia em ninguém e se vira sozinha.
Dois protagonistas bem independentes, vão ter um relacionamento bem conturbado, com muitos atritos, mas com muitas explosões amorosas e a tensão sexual é tão intensa que é quase palpável. É claro que tem muita pegação desses dois turrões.

Como de praxe super indico a leitura, bem divertida, com personagens bem intensos, trama previsível e bem gostosa de ler como é os romances da “Tia Nora Roberts”.

Quote:
“Para provar alguma coisa para alguém. Droga Lenore, faça alguma coisa para você. Por você.” Pág.: 229

sábado, 20 de maio de 2017

Opinião Sobre o Filme: A Chegada

 
Enredo:
Quando seres interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam uma ameaça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade. 
Fonte: Adorocinema

Um filme que fala sobre relacionamentos, comunicação, a importância de ter a habilidade de se entender e comunicar que pode salvar o mundo e evitar grandes guerras e tragédias. Enredo que soube mesclar muito bem ficção científica com linguística.



As atuações deste filme são boas, mas acredito que a protagonista Louise, vivida pela Amy Adams, fez toda a diferença no filme. Uma protagonista forte, inteligente, muito gentil e pacifica que facilita muito em questão de comunicação.

Outras questões bem interessantes são abordadas no filme, não só linguagem como forma de existir e viver, como também luta pelo poder e o quanto pode dizimar uma raça usando de maneira egoísta, e nisso temos o questionamento de como usar este “poder” de forma altruísta o que acredito ser um dos sentimentos mais difíceis de lidar.

O diretor foi bem enfático também em mostrar o que nos torna humanos, que mesmo com erros e defeitos ainda somos pessoas que podem realizar atos de bondade e amor, que somos todo esse conjunto de contradições e cabe a nós escolher o melhor para os outros e para nós.

O que torna todo o filme bem complexo e o que nos aproxima destes personagens, desta condição de pavor é o pânico de ter 12 conchas em pontos estratégicos do planeta e não fazermos ideia do que estes extraterrestres querem e o que estão fazendo aqui, como se comunicar sem nos deixar indefesos. O que nos leva a reflexão de muitas pessoas numa situação aterrorizante, beirando a loucura de não saber lidar, desencadeando medidas desesperadas, e que este medo pode ser o causador de guerras e desgraças.

A produção de áudio deste filme é fantástica, não é a toa que o filme ganhou o Oscar 2017 de melhor edição de som. Usando um tipo sonoro que parece primitivo, que lembra o som de baleias e que ao mesmo tempo não parece deste mundo. Realmente não posso explicar, só ouvindo para entender. É claro que o filme tem sua carga dramática e nela a trilha foi bem sensível e triste, conectando com toda a dramaticidade da protagonista.



A Chegada é a adaptação de um conto de mesmo nome e título do autor Ted Chiang, por causa da estreia do filme no Brasil a editora Intrinseca lançou o livro que contém este conto. Um filme que indico a todos, por abordar temas tão importantes para nossa condição humana.

Ficha Técnica:
Título: Arrival 2016
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Abigail Pniowsky, Amy Adams, Anana Rydvald, Andrew Shaver, Forest Whitaker, Jeremy Renner, Joe Cobden, Julia Scarlett Dan, Julian Casey, Larry Day, Leisa Reid, Mark O'Brien, Max Walker, Michael Stuhlbarg, Nathaly Thibault, Pat Kiely, Philippe Hartmann, Russell Yuen, Ruth Chiang, Tzi Ma

Trailer:

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Opinião sobre o Filme: A Cabana


Enredo:
Um homem vive atormentado após perder a sua filha mais nova, cujo corpo nunca foi encontrado, mas sinais de que ela teria sido violentada e assassinada são encontrados em uma cabana nas montanhas. Anos depois da tragédia, ele recebe um chamado misterioso para retornar a esse local, onde ele vai receber uma lição de vida. Fonte Adorocinema

Faz muito tempo que li A cabana e posso dizer que assistir ao filme foi relembrar a leitura e afirmar que sua adaptação foi fiel e muito bem produzida.
A escolha do elenco não poderia ser melhor em suas atuações. A fotografia do filme é linda, de uma beleza tão incrível que se conecta perfeitamente com cada cena, cada emoção encenada.

O principal assunto deste filme é o perdão, o bem que faz pra quem é perdoado e mais ainda para quem perdoa. Acompanhar a jornada deste protagonista, Mackenzie Phillips, é uma montanha-russa de emoções. Em vários momentos você chora, sorrir e reflete pelo drama vivido por ele. No livro como no filme fala a importância de ter intimidade com Deus, o quanto ajuda a passar por situações tristes, mostrando aquele brilho de esperança em meio as trevas da solidão e tragédias.

Todo cristão vai se identificar e amar o filme, principalmente porque é mostrado o Deus Pai, Filho e Espírito Santo, suas particularidades e como são Uno! As suas representações são geniais. Deus Pai: como uma mulher negra, simbolizando o Grande Deus Pai/mãe da humanidade e que não faz acepção de pessoas não importando raça ou gênero.
Deus Filho: em forma de homem comum. Que veio ao mundo e passou pelas aflições de ser humano e foi fiel até o fim. Suas interações com o protagonista mostra que Jesus também foi humano e sabe o quão difícil é lidar com as emoções e sentimentos.
Deus Espírito Santo, representado por uma oriental, muito bonita, leve e complexa. Como cristã achei essencial passar a complexidade do Espírito Santo, que na minha opinião e de vários cristãos, é inexplicável, você apenas sente.

O filme finaliza igual ao livro, num ato de fé ao leitor/telespectador, que foi uma das melhores conclusões para o gênero. A sensação ao saímos de uma adaptação como esta, é de querer ser melhor como ser humano e que vale a pena ainda lutar pela bondade e pelo amor num mundo tão injusto e maligno. Ter fé e esperança em Deus que dias melhores virão.

Ficha Técnica:
Título The Shack (Original)2017
Dirigido por Stuart Hazeldine
Elenco: Amélie Eve, Aviv Alush, Carolyn Adair, Carson Reaume, Chris Britton, Derek Hamilton, Emily Holmes, Gage Munroe, Graham Greene, Jordyn Ashley Olson, Kathryn Kirkpatrick, Lane Edwards, Megan Charpentier, Nels Lennarson, Octavia Spencer, P.E. Ingraham, Radha Mitchell, Ryan Robbins, Sam Worthington, Sumire Matsubar

Trailer:
 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Resenha: O Sol é Para Todos, Harper Lee

 Sinopse:
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações. Fonte Skoob


Um livro que transmite ensinamentos para vida, principalmente para pais e mães.

A leitura começa na descrição do local, seus costumes da época, a vida pacata da cidade de Maycomb. A autora narra na visão da garotinha Scout, sempre mencionando uma situação no seu presente e com isso ela faz um gancho nos contando o passado de algum personagem, o que aconteceu na época da cidade, sutis digressões.
A escolha da autora em contar a estória através do olhar de uma criança sensibiliza a narrativa com sua inocência e vários questionamentos deixando a leitura muito mais fluida, sincera e delicada.
A narrativa procura aproximar bastante da nossa realidade, não faltando resoluções trágicas, consequências tristes de atos de covardia, maldade e falta de respeito que infelizmente é inerente ao ser humano.

Cada personagem não está ali por acaso, cada um tem sua importância durante a estória. A protagonista e narradora, Scout é uma menina inteligente, precoce e de certa maneira de temperamento forte. Uma das características da narradora é a paixão pela leitura, o que encanta o leitor ávido, a qual deriva de uma influência bem amorosa de seu pai. A Scout também narra situações bem engraçadas e outras bem tensas, ao lado de seu irmão Jem que está entrando na pré-adolescência e já demonstrando uma personalidade mais complexa. Os dois são orientados e educados pelo seu pai: Atticus Finch, advogado de uma certa idade, que sempre prefere dialogar, mostrar o melhor caminho para seus filhos ao invés de batê-los. Atticus consegue esclarecer o certo e o errado para seus filhos de forma a fazê-los obedecer, mas sem forçar respeito e sim ganhando-o pelo seu bom caráter e exemplo, não só como pai , mas também como pessoa na sua comunidade.
Outro personagem bem importante é a Sra. Maudie, mulher de vanguarda, inteligente, que sabe sua condição como mulher na sociedade machista, mas sabe conseguir respeito expondo sua opinião mediante a situações preconceituosas e injustas.
Boo Radley é um personagem bem importante que vai revelando seu caráter através de atitudes durante o livro.

Encontramos várias questões morais e sociais no enredo. Situações que chegam a ser bem atuais como: machismo, preconceito racial, desigualdade de classes, o fanatismo religioso, que infelizmente ainda hostiliza pessoas na nossa “sociedade moderna”. Em cada problema apresentado a autora soluciona de forma a fazer o leitor questionar bastante no que teria feito no lugar dos personagens, lições de caráter e dignidade são bem exemplificadas. Nas minhas reflexões sobre a leitura percebi o quanto a autora enfatiza o respeito ao próximo não importando raça, cor, gênero e idade. Que só podemos entender o outro quando nos colocamos no seu lugar, “calçando o sapato do outro”. Que viver em sociedade é respeitar o próximo como você quer ser respeitado. É um ensinamento antigo e que todo mundo esta cansado de ouvir, mas quase não há prática atualmente.

Um livro que faz diferença na vida de todo leitor e que merece ser lido e relido em várias épocas da vida, não importando a idade.


Quote:
“Eu não gostava de ler até o dia em que tive medo de não poder ler mais. Ninguém ama respirar”. Pág.: 29


Nota do Filme:

O filme é adaptação deste livro incrível, dirigido por Robert Mulligan em 1962 e ganhador de vários prêmios: 3 Oscars, 3 Globos de ouro entre outros. Uma adaptação que realmente soube passar toda a essência da estória das páginas para a telona. Com interpretações maravilhosas que repercutiram numa época em que se discutia e lutava-se pelos direitos civis.