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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

[RESENHA] Um Mundo Brilhante - T. Greenwood





Com um enredo fácil, UM MUNDO BRILHANTE descorre sua trama muito rapidamente, fazendo com que suas 336 páginas e seus capítulos curtos instiguem o leitor a ir até o final. Em uma versão simplificada dos romances policiais que estamos acostumados a ler, este livro se mostra mais leve e de fácil entendimento. Os personagens são poucos e muito bem delimitados, evitando qualquer complexidade para se entendê-los. Partindo-se da premissa que nascemos e morremos da mesma forma, que as pessoas não mudam, por maior que seja a tentativa, os personagens da T. Greenwood permanecem com os mesmos traços psicológicos ao longo da trama. Assim, a autora deixa todo o drama e expectativa para o enredo, ao invés do crescimento dos personagens.

A trama gira em torno de uma morte, mas fala também de casamento, fidelidade e hombridade. O personagem principal é o Ben Bailey, um anti-herói de nome engraçado, que faz sempre as mesmas coisas do mesmo jeito, e espera que a cada vez o resultado seja diferente. Quer que haja esperança, quer que as coisas mudem, mas a cada vez que dá um passo pra frente, dá deliberadamente três para trás. Pra mim foi difícil simpatizar com ele, realmente não consegui. Não concordava com nada que ele fizesse e tinha pena da sua esposa, Sara. A única pessoa que achei de uma personalidade interessante, mas mesmo assim no final ficou claro que era apenas um artifício, foi o sogro de Ben, Frank. Um personagem que saiu de “um cara legal” para um pai omisso e conivente.

Paralelamente, como em qualquer trama que envolva traição, tem uma “outra”. Ela se chama Shadi e me abstenho de comentários mais detalhados para que não haja spoiler. Em suma, a julgo uma sub-personagem que decidiram de última hora dar-lhe destaque.

Quanto ao final do livro, li que muita gente não gostou. Diria que ele foi uma boa forma de arrematar uma trama que tendia para o desastre, uma vez que cada personagem foi acumulando uma sequência absurda de erros. Então apesar da felicidade e a esperança terem de certo modo, sido extirpadas, o fim foi realista. O fim salvou o livro de algumas cenas meio ficcionais demais para um romance, pois conseguiu ser seco e duro, como a vida geralmente é.

O mais legal é que, apesar de tudo, você consegue pescar alguns bons quotes do livro. Do limão... Vai aí uma limonada? :-D

“Mas nada é tão fácil quanto parece. E nada ficava verdadeiramente imaculado. Como um osso fraturado que não se curou da maneira certa, a recuperação pode ser lenta e incompleta, e, nos piores casos, uma infecção pode se desenvolver, fazendo com que a doença se alastre de maneira lenta e silenciosa pelo resto do corpo”. P. 211

“Segredos. Como pequenos sapos escondidos em seu bolso. Não se pode esquecer deles porque estão sempre se mexendo ali dentro, contorcendo-se, tentando escapar. Você sabe que, a qualquer momento, um deles pode conseguir subir e pular para fora do seu bolso, revelando-se para o mundo com um coaxado estridente. E quanto mais você se esforça para tentar contê-los, para tentar escondê-los, mais se esforçam para escapar.” P.285

“Esperança é uma criança abortada, concebida, mas nunca realizada.” P. 336

Aldrêycka Albuquerque