Páginas

terça-feira, 28 de março de 2017

Bloomwood em Hollywood

Livro: Becky Bloom em Hollywood
Autora: Sophie Kinsella
Gênero: Chick-Lit/Romance
Editora: Record
Ano: 2015
Págs: 560
Sinopse: Los Angeles, reduto das celebridades mais famosas do mundo, de estilo de vida enlouquecedor e perdulário, cenário perfeito para que Rebecca Brandon (ex-Bloom) possa realizar suas fantasias mais glamorosas. E é para lá que ela e a família vão quando seu marido Luke é contratado para cuidar da carreira da famosa atriz Sage Seymour - e para Becky isso é um sinal de que ela está destinada a ser produtora de moda da badaladíssima celebridade e, quem sabe, também das maiores estrelas de Hollywood. Mas, assim que chega a LA, Becky descobre que sua rotina não será apenas de luxo e glamour. Alicia, uma rival do passado, também está na cidade. E o pior, é a queridinha das mães da concorridíssima pré-escola de Minnie. E o sonho de cuidar do look de Sage parece mais difícil do que ela imaginava. Até porque Luke vive adiando apresentar as duas. Então, por uma manobra do destino, Becky tem a chance de produzir a arqui-inimiga da atriz, e isso pode trazer alguns probleminhas. Pré-estreias, vestidos de gala, muitos paparazzi à sua volta, aulas de ioga e infinitas compras na Rodeo Drive. Claro que isso não acontecerá sem muitas encrencas e confusões. Será que Becky está mesmo perto de conseguir tudo o que sempre sonhou?


Tudo bem. Nada de pânico. Nada de pânico. E assim, começa mais uma aventura da série Becky Bloom, escrita por Sophie Kinsella. Mas, como não entrar em pânico se a shopaholic mais amada e engraçada, está em Hollywood! Sim, Becky nascida Bloomwood, agora Becky Brandon, está na terra da fama, garantindo doses nada modestas de gargalhadas e confusões, no glamouroso cenário de Hollywood!

Desta vez, Becky acompanha seu marido Luke, em uma nova fase de sua carreira profissional; Luke tornou-se consultor de uma badalada celebridade, e este fato é mais que suficiente para gerar insanas expectativas na cabecinha criativa de sua esposa.



Quem conhece a personagem sabe que, previsível e entediante são palavras que nem de longe a descrevem. Pois Becky é luz, simpatia e bom gosto, ou seja, Hollywood é seu sinônimo, um paraíso que abriga oportunidades, que ela não esta disposta a deixar escapar. Com a ideia fixa de tornar-se produtora de moda, uma energia vibrante e uma vontade inabalável, nossa especialista em compras, se envolve nas mais inusitadas situações.


A narrativa tem como foco, as extravagâncias consumistas de Becky, suas investidas para tornar-se famosa e reconhecida, a visita de sua melhor amiga Suze, que viaja de férias para Los Angeles com sua família, a possível reaproximação de Luke e sua mãe Elinor, e um iminente segredo guardado por seu pai desde a juventude, ou seja, a trama esta recheada de acontecimentos no melhor estilo Bloomwood inacreditável de ser.

O ponto forte da história é a comédia. Do início ao fim, você se depara dizendo: Não! Ela não fez isso! Ai meu Deus! Que vergonha! Porque são tantas as proezas de Becky, que é preciso tomar fôlego pra rir! O que por sua vez, torna a leitura leve, rápida e empolgante. Uma obra repleta de surpresas e reviravoltas, com passagens dignas de reconhecimento.

Por exemplo, a cumplicidade e amizade de Becky e Danny, agora um rico e famoso estilista, mas nem por isso menos presente, peculiar e irreverente, sempre disposto a ajudar a amiga, sem levar em conta a distância, ou os esforços empregados para isso. Suze e Bex, também protagonizam muitas cenas cativantes, mesmo quando brigam, as duas nos lembram o valor de uma companhia que nos anime e conforte, de alguém que conheça o nosso melhor e o pior, e que nos enfrente, na tentativa de nos proteger, de si mesmos.


Luke, também foi uma feliz surpresa. O personagem, que a princípio pode parecer distante e viciado em trabalho, revelou-se o marido mais compreensível e paciente. Por vezes ele apoiou as invenções da esposa, mostrou-se caloroso e amoroso ao tentar abrir seus olhos, além de ser um pai carinhoso e dedicado e um profissional ético e pé no chão. Apesar de algumas vezes Becky não merecer, Luke agia da maneira mais Ownt <3, deixando claro seus valores e o seu amor por a família.


Merecem destaque também, as hilárias cartas e emails recebidos por Becky, em resposta aos seus inúmeros devaneios. As correspondências são um toque sutil e bem humorado, e revelam por onde andam os pensamentos da protagonista.

Bem, quase tudo me agradou nesta leitura, mas um ponto não correspondeu ao que esperava. Como de costume, sabia que a protagonista de Kinsella, se perderia. Acontece que Becky, é daquelas que precisa ver, para crer. No entanto, alguns momentos foram realmente exaustivos; seu desejo irrefreado por fama é a principal fonte dos aborrecimentos, pois devido a isto, magoa e se torna relapsa com aqueles que mais ama, agindo de forma fútil e egoísta, traindo sua característica mais positiva, seu coração altruísta.


Com isso, não digo que Becky se torna má, jamais! Apenas, age de modo muito impulsivo, mesmo sabendo que está errada. Apesar de tudo, Becky exala um encantamento, capaz de espalhar sopros de vivacidade por onde quer que passe, modificando a vida das pessoas, tornando o impossível, possível, e uma leitura leve e despretensiosa, em uma bonita lição.

Ahhhh lembrando que Becky Bloom em Hollywood em seu desfecho nos deixa com um mistério, abrindo gancho para a continuação das aventuras em Becky Bloom ao Resgate oitavo livro da série.

Terminam por aqui as minhas impressões, lembrando que preferi salientar, os pontos que mais me chamaram atenção, pois se fosse englobar tudo seriam necessários inúmeros caracteres rsrsrs. O livro é recomendado, não apenas aos fãs da série, ou do gênero. Mas também, aos desejosos de fôlego, alto astral e experiências novas, livre de cobranças!


sábado, 25 de março de 2017

Resenha: Reparação, Ian McEwan

Até onde uma pequena mentira pode ser inofensiva? E quando agir por impulso traz consequências trágicas?

Sinopse:
 Na tarde mais quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo. A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma cena que presencia. Comete um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família e passa o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou. 

É o primeiro livro que leio do autor e de início achei sua narrativa fluída, porém pela estória o livro exige que leia em doses homeopáticas por ser bem reflexivo e contado de vários pontos de vista. Na maior parte da estória temos o ponto de vista da Briony Tallis, uma menina nos seus 12 anos, muito inteligente, mimada, arrogante e precoce. Desde cedo Briony nos mostra o quanto é manipuladora e que com o tempo essa manipulação e crueldade consegue atingir muitos personagens de forma a mudar seus destinos.
Robbie é o melhor personagem desta estória, com seu senso de retidão, bondade e benevolência, um homem de bom caráter e que não mede esforços para fazer o correto, mesmo que isso o prejudique. De família humilde, Robbie é filho da empregada da casa dos Tallis e o patrão de sua mãe acredita que ele possa se dar muito bem nos estudos, o que acontece quando O Sr. Tallis paga todos os estudos de Robbie na faculdade como se fosse seu próprio filho. Cécilia, irmã mais velha de Briony, apaixona-se por Robbie e ele por ela. Como as diferenças sociais entre o casal são bem grandes e vários outros fatores(principalmente um causado por Briony) vão dificultar este lindo romance entre os dois.

A família Tallis é muito desestruturada que faz muita vista grossa no comportamento de Briony, Cécilia se ver na posição de mãe, já que a Sra. Tallis não quer e nem se esforça para assumi esse papel. E ainda temos Leon Tallis irmão mais velho que é totalmente alheio a família a não ser por se importa com Cécilia. As escolhas e ações de Briony faz o leitor refletir bastante até onde vai a maldade humana, não importando seu grau de inteligência, idade e condição social. Várias vezes fiquei pensando em quanta maldade e infinito sofrimento pode ser causado por um ato isolado de omissão, de medo, por não enfrentar as consequências de seus atos.

O livro também faz severas críticas as diferenças entre classes sociais. Que mais dinheiro, significa mais poder e este poder de influência pode destruir vidas e condenar inocentes a um destino cruel e muito injusto. O tratamento social desigual entre classes é gritante no livro, Robbie é uma pessoa humilde e pobre, porém muito inteligente e honrado, não tem as mesmas chances e tratamento que uma pessoa rica e de status elevados, mesmo essa pessoa rica tendo uma índole duvidosa, porque o conceito da sociedade geralmente afirma que “ricos e poderosos” não comentem atrocidades. Sei que este conceito tem mudado ultimamente nas pessoas, mas acredito que nem 10% foi feito ainda, por isso um livro muito atual.

Os vários pontos de vistas nos faz entender e refletir sobre cada um dos personagens, suas escolhas e motivações. É um livro com certa complexidade em seus personagens, que muda pessoas, inclusive eu fui um pouco mudada em certos aspectos pessoais. Livro mais que indicado, sendo necessário ao leitor.

Quote:
“Como pode uma romancista realizar uma reparação se, com seu poder absoluto de decidir como a história termina, ela é também Deus?"


Nota do Filme:

A adaptação para o cinema feita em 2008 é muito fiel ao livro, há algumas mudanças porque há passagens que funcionam melhor lendo que em ação. Mas a essência do livro, o que realmente o autor quis passar através de sua escrita está em todo filme.
As interpretações são maravilhosas não consigo ver outro ator vivendo Robbie senão o James McAvoy. A Cécilia está bem representada pela Keira Knightley, com sua leveza, bom senso, vanguarda e honra. A Briony foi interpretada pela Saoirse Ronan aos 13 anos, aos 18 com a Romola Garrai e idosa pela “Diva” Vanessa Redgrave. Posso afirmar que são interpretações de três atrizes sensacionais e mesmo gostando das atrizes continue odiando essa personagem detestável em todas as fases.
A trilha sonora por Dario Marianelli é espetacular, sensível, triste e muito bonita. Aquele ritmo feito no começo do filme com a máquina de escrever, batendo as teclas foi essencial para a atmosfera do filme e principalmente da personagem Briony, que tem fascínio por leitura e escrita, aspirante a escritora.
O filme foi concluído um pouco diferente do livro, mas só o caminho, porque sua finalização foi a mesma. Uma estória tocante, crível, triste, revoltante e muito emocionante.

Assista ao trailer:
Atonement, 2008

sábado, 18 de março de 2017

Resenha: Coraline, Neil Gaiman

“Há algumas portas que nunca deveriam ser abertas”.

A estória de Coraline começa bem comum, uma menina de aproximadamente 12 anos que se muda para um lugar mais pacato, isolado e pouco atrativo. Nossa protagonista não esta nada feliz com esta mudança.

Seus pais trabalham em casa e num dia chuvoso, que Coraline não pode brincar lá fora, ela começa a aborrecê-los por não ter o que fazer. Seu pai aconselha a explorar a casa, e na sua busca ela descobre uma pequena porta que aparentemente não leva a nada, mas esconde mistérios terríveis e é aí que Coraline começa sua aventura, que a medida que passa fica mais sombria e perigosa.

Através desta porta a protagonista é transportada para outro mundo, parecido com o seu, só que melhor, mais atrativo, divertido e delicioso. Mas este mundo não é tão bom assim quando ele se mostra de verdade e sua anfitriã revela sua verdadeira face.



Falando sobre a narrativa, achei bem fluida e sombria, não indico o livro para crianças abaixo de 8 anos, porque contém cenas sombrias e beirando a crueldade. Porém é um livro bem interessante para crianças um pouco mais velhas. Foi meu primeiro contato com o Neil Gaiman e foi uma ótima experiência que pretendo repetir lendo outros livros do autor.




Avaliando personagens, são bem rasos, mas que condiz com a proposta do livro. Coraline, a protagonista, tem o comportamento de uma criança entrando na adolescência, às vezes bem irritante e impertinente, mas no geral ela foi cativante e a personagem melhor explorada. Ao longo da leitura entendi suas escolhas, erros e a vontade de mudar e resolver os seus problemas, condições bem humanas.

Não posso deixar de mencionar seus vizinhos excêntricos, que rederam momentos engraçados: Mr. Bobo, um russo estranho que fala que treina um circo de ratos. E as senhoras que acreditam ainda serem jovens e belas (só que não).



O livro tem várias ilustrações, bem sombrias, que combina com toda a atmosfera da estória. Desenhos estes que colocam um certo “medinho” ao ler e acompanhar as ilustrações.



O livro deixa uma importante reflexão sobre dar valor ao que você tem, por mais pobre e chato que sejam seus pais, eles o amam e muitas vezes fazem muitos sacrifícios para proporcionar o melhor para seus filhos. Que as vezes não precisamos cobiça a grama do vizinho para ser feliz, mas sim melhorar seu próprio quintal, cuidando para que floresça também.



Quote:

… quando você tem medo e faz mesmo assim, isso é coragem. Pág.: 59





Nota do Filme:


Antes de ler o livro já tinha assistido ao filme e amado, é um caso que afirmo que a adaptação supera o original. Porque há muitas cenas que funcionam melhor como filme. Não que o livro seja ruim, ele é muito bom, mas o filme encantou muito mais.

Assista ao trailer:

sexta-feira, 3 de março de 2017

Maratona Segura o Livro! - Saldo

Olá!!!

Bem para quem me acompanha no Instagram e Facebook já sabe que minha maratona foi um fail total!!! rsrsrsrs Nem tanto assim porque foi muito legal interagir com quem estava participando e as meninas organizadoras que foram ótimas mediadoras. Neste período de maratona eu adoeci, muita gripe, garganta doendo fora que meus vizinhos, muito carnavalescos, orquestraram a competição quem faz mais barulho. Mas chega de" mimimi", vamos ao saldo:

 Eu consegui ler o livro Coraline, que  foi meu primeiro contato com o escritor Neil Gaiman e gostei muito, a narrativa dele é bem fluída e achei bem sombria, até mais que o desenho. Vou comentar melhor depois que fizer a resenha e falando do desenho também.

Com os Poemas de Fernando Pessoa, fui com expectativa e pra falar a verdade não curtir muito, só gostei do primeiro poema e  os outros não me atraíram não. Pelo menos li ele completo no Lev digital.

O livro de não ficção Lady Almina, só consegui ler os dois primeiros capítulos, não que estivesse chato, mas acho que exigia uma atenção minha que eu não estava dando, então parei no segundo capítulo. Mas vou continuar a leitura e fazer resenha.
O Oceano no fim do caminho, nem se quer peguei no livro, não avancei com Lady Almina então não consegui nem iniciar este último livro que também é do Neil Gaiman que ficará para minhas leituras futuras.
O que acharam? Participaram? Deixem seus comentários
Link dos canais das organizadoras da Maratona Segura o Livro!
Despindo Estórias
Tem que Ler
Sociedade A. V.