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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Resenha: O Eterno Namorado, Nora Roberts - Livro 2 da Trilogia A Pousada


Sinopse: Tudo o que acontece na vida de Owen Montgomery é meticulosamente organizado em uma planilha ou lista de tarefas. No trabalho não é diferente, e é graças a sua obsessão por ordem que a Pousada Boonsboro está prestes a ser inaugurada – dentro do cronograma.

A única coisa que Owen jamais previu foi o efeito que Avery MacTavish teria sobre ele. A proprietária da pizzaria em frente à pousada sempre foi amiga da família e agora, enquanto vê em primeira mão a fantástica reforma pela qual o lugar está passando, também observa a mudança gradativa de seus sentimentos por Owen.

Os dois foram namorados de infância, e desde então tinham estado bem distantes dos pensamentos um do outro. O desejo que começa a surgir entre eles, porém, não tem nada de inocente e é impossível de ignorar. Fonte skoob
 

Enquanto Owen e Avery decidem se render à paixão e levar seu relacionamento a um nível mais sério, a inauguração da pousada se aproxima e dá a toda a cidade um motivo para comemorar. Mas quando os traumas do passado de Avery batem à porta e a impedem de se entregar, Owen sabe que seu trabalho está longe de terminar. Agora ele precisa convencê-la a baixar a guarda e perceber que aquele que foi seu primeiro amor pode também ser seu eterno namorado.

Continuando a trilogia da Pousada Boonsboro, chegamos ao segundo livro, com foco no irmão Montgomery: Owen. Ele é um personagem bem metódico e que toda sua vida sai “de acordo com o plano”. Sendo advogado, ele cuida das papeladas e trâmites legais para o empreendimento da família. Os Montgomerys tem como vizinha de frente a pousada, a pizzaria Vesta que é regida por Avery, amiga antiga dos meninos Montgomerys. Avery é o completo oposto de Owen, ela é extrovertida, sempre está nos limites dos horários e prazos, sempre mais 5 minutos e é uma pessoa que não planeja tanto sua vida pessoal. Dona de um espírito aventureiro ela tem um ritmo acelerado e foi criada pelo pai Willy B., o qual foi amigo do falecido Tommy Montgomery.



Avery e Owen é um casal bem improvável e com muitas diferenças, eles tem química juntos, mas o leitor fica se perguntando se vai dar certo, porque o relacionamento deles é posto a prova constantemente. O passado de Avery com sua mãe é bem problemático e isso volta a tona em alguns capítulos, que acaba perturbando o casal. Owen também passa por altos e baixos, porque Avery não vive “de acordo com o plano”, ela realmente entra em sua vida para desestabilizar.

O interessante deste casal, que gostei muito, foi que eles são os melhores amigos, e o leitor acompanhar este relacionamento evoluir para um amor romântico e continuar a amizade e cumplicidade.

Como é uma família temos uma continuação do casal anterior e mais dos protagonistas do próximo livro. Em destaque de personagem secundário temos o pai de Avery, Willy B. Que se mostra um pai excepcional, e um homem bom que não guarda mágoa, disposto a perdoar para sua paz de espírito e tornar a vida mais fácil para todos.



A autora consegue amadurecer bem estes dois personagens, que foi o ponto alto de toda a trama, mostrando que só através do amor, diálogo e respeito duas pessoas podem conviver, apesar de suas diferenças. O livro também insere mais do sobrenatural, das estórias das “assombrações” do local, que fica bem instigante.



Um livro divertido, com uma carga dramática familiar bem crível e envolvente bem resolvida e personagens cativantes.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Resenha: Um Novo Amanhã, Nora Roberts - Livro 1 da Trilogia A Pousada


Sinopse:
A tradicional pousada da cidade de Boonsboro já viveu tempos de guerra e paz, teve diversos donos e até sofreu com rumores de assombrações. Agora ela está sendo totalmente reformada, sob direção dos Montgomerys, que correm para realizar a grande reinauguração dentro do prazo.

Beckett, o arquiteto da família, é um charmoso conquistador que passa a maior parte do tempo falando sobre obras, comendo pizza e bebendo cerveja com seus irmãos Ryder e Owen. Atarefado com a pousada, ultimamente nem tem desfrutado de uma vida social decente, mas pretende mudar logo isso para atrair a mulher por quem é apaixonado desde a adolescência.

Depois de perder o marido na guerra e retornar para Boonsboro, Clare Brewster leva uma vida tranquila cuidando de sua livraria e dos três filhos. Velha amiga de Beckett, ela volta a se reaproximar dele ao ajudar nos preparativos da pousada.

Em meio a essa apaixonante reconstrução, rodeados de amigos, Beckett e Clare passam a se conhecer melhor e começam a vislumbrar um futuro novo e promissor juntos.

Neste primeiro livro da trilogia A Pousada, Nora Roberts apresenta o romântico Beckett Montgomery, que, ao buscar realizar o sonho de sua família, acaba deparando com um amor que pensava estar esquecido.
FonteSkoob


Neste primeiro volume temos uma apresentação breve dos Montgomerys, em foco Beckett, que é o arquiteto que está desenvolvendo toda a planta e projeto da pousada. Ele é muito charmoso e conquistador, mas nunca deixou de amar Clare, uma bela mulher que na adolescência se apaixonou pelo amigo de Beckett e depois se casou e mudou-se da cidade, deixando Beckett Montegomery com o coração partido e fechado para o amor.
Com o passar do tempo Clare volta a cidade, mas agora viúva e com três filhos. Ela monta sua livraria e tenta continuar sua vida e das crianças, criando-as e superando sua perda.
Clare sempre teve um carinho especial com a família Montegomery, e Beckett faz seu coração bater mais forte, será que esses dois vão se acertar desta vez?


A autora começa esta série com um livro introdutório bem escrito, um casal crível e algumas subtramas bem instigante. Nora Roberts tem uma escrita fluida e cativante, que prende o leitor do início ao fim.


Seus personagens são bem construídos e críveis. Clare é uma mulher independente que depois da morte de seu marido, viveu seu luto, mas está recomeçando a viver de novo por ela e por seus três filhos, que também tentam superar a perda do pai. Ela é determinada, cuida de sua livraria na cidade e se reaproxima de Beckett, que se descobre se apaixonado novamente. Beckett, protagonista deste livro, se mostra um homem bem fechado, com certa dificuldade de lidar com seus sentimentos em relação à mocinha. Tentando lutar com suas dificuldades de demonstrar sua paixão, agarrando a chance que agora tem com a mulher que sempre amou.
Os personagens secundários são importantes para trama e temos introdução de cada um deles que serão protagonistas nos próximos livros, que são os outros dois irmãos Montegomery: Owen e Ryder e suas futuras amadas.
Com a reforma da Pousada, temos também um pano de fundo sobre a Batalha de Antietam
que realmente aconteceu nos EUA, a autora aproveita este fato histórico para inserir um romance fictício que aconteceu durante a guerra e que tem forte relação no local da pousada.


O romance tem um toque sobrenatural que acrescenta a estória. Cheio de romance, cenas picantes, carinhosas e bem família. Leitura boa, que aquece o coração.


Quote:
- Perfeito. Qual é o nome deste quarto?
- Elizabeth & Darcy.
- Ah, eu amo Orgulho e Preconceito. Como vocês vão… Não, não me conte. Assim nunca vou voltar para o trabalho.” Pág.: 42

domingo, 9 de julho de 2017

Resenha: O Perfume da Folha de Chá, Dinah Jefferies

Sinopse:
Em 1925, a jovem Gwendolyn Hooper parte de navio da Escócia para se encontrar com seu marido, Laurencek no exótico Ceilão, do outro lado do mundo. Recém-casados e apaixonados, eles são a definição do casal aristocrático perfeito: a bela dama britânica e o proprietário de uma das fazendas de chás mais prósperas do império. Mas ao chegar à mansão na paradisíaca propriedade Hooper, nada é como Gwendolyn imaginava: os funcionários parecem rancorosos e calados, e os vizinhos, traiçoeiros. Seu marido, apesar de afetuoso, demonstra guardar segredos sombrios do passado e recusa-se a conversar sobre certos assuntos. Ao descobrir que está grávida, a jovem sente-se feliz pela primeira vez desde que chegou ao Ceilão. Mas, no dia de dar à luz, algo inesperado se revela. Agora, é ela quem se vê obrigada a manter em sigilo algo terrível, sob o preço de ver sua família desfeita. Fonte
 

Com uma leitura fluida, a autora nos remete aos anos 1920 e 1930 com riqueza de detalhes de acontecimentos e costumes da época. Em suas pesquisas Dinah procurou escrever um romance com personagens críveis e atmosfera bem realística. Foi meu primeiro contato com sua narrativa que percebi ser bem sensorial, como gosto muito de chá parecia que o cheiro perfumava o ar durante a leitura.

Os personagens de sua trama são bem construídos, a autora quis colocar sempre um mistério em seus personagens. Laurence é um viúvo que se casa novamente, mas mantêm muitos segredos inclusive de sua esposa. Apesar de ser um marido amoroso e empresário bem-sucedido, ele tem umas atitudes que irritam, principalmente seu silêncio que atormentaram sua esposa e ao próprio leitor. Verity é a irmã de Laurence, e a pessoa mais egoísta, mimada, manipuladora e dissimulada de toda a estória, em cada capítulo que ela aparecia minha vontade era de esganá-la. Fran, amiga/prima de Gwen é uma pessoa bem otimista, independente e amorosa, uma personagem que o leitor se apaixona “a primeira lida”, porém ela tem um hiato na estória que só piora a situação de sua prima.
Gwen, a protagonista, chega de Londres bem jovem ao Ceilão, recém-casada e muito imatura tomando decisões sem pensar direito, movida por puro medo, desespero e preconceito. Essa é a parte que mais me incomodou durante a leitura. Demorei para finalizar porque o drama desta personagem é terrível e angustiante, que me emocionou muito custando a continuar a leitura, acredito ser esta a intenção da autora que mexeu comigo. Realmente é o drama dolorido que me fez refletir bastante sobre uma mulher na posição dela, naquela época. O leitor acompanha o amadurecimento de Gwen que vem de uma família rica e depois de se casar se ver nas difíceis situações que se envolve e acaba se desesperando o que torna sua vida bem complicada e infeliz, porém a protagonista é bem forte e tem muita vontade de viver, o que a ajuda no seu processo.

A estória traz muito a discutir, a posição da mulher nas décadas de 20 e 30 que ainda estavam engatinhando em suas conquistas, a questão da miscigenação de raças: brancos e cingaleses, tâmis, casamentos inter-raciais que na época, que se passa a estória do livro, não eram vistos com “bons olhos britânicos”, por causa de seus descendentes não serem fiéis a Coroa. Outra questão abordada foi o amor incondicional, aquele em que o sangue clama, que vai além da cor, aparência, raça, questões muito relevantes inclusive atualmente. A autora também escreve sobre mão de obra barata que se tem com pessoas de raças menosprezadas, as dificuldades de pessoas submetidas a supremacia dos brancos e ricos, as tentativas dos sindicatos (ainda bem nos primórdios) em conquistar condições dignas para esses trabalhadores, mal-remunerados que lutavam por sua sobrevivência.
Um sentimento que permeia muitos os protagonistas deste romance é a culpa e o medo numa dimensão que contagia o leitor, sentimentos bem difíceis de lidar, principalmente numa vida a dois. E nesta relação mostra a importância de quanto o diálogo é importante no casamento e quanto os segredos podem destruir pessoas, em especial os inocentes.

O perfume da folha de chá é um drama sofrido que indico a todos que gostam do gênero e àqueles que querem sair da zona de conforto dos romances românticos, porque este livro é de incomodar o leitor, com uma forma bem reflexiva e um desfecho bem conduzido e uma boa leitura.