Resenha: O Céu Está em Todo Lugar

Sinopse - O Céu Está em Todo Lugar - "Eu deveria estar de luto, não me apaixonando..." - Jandy Nelson

Este é um livro de estreia vibrante, profundamente romântico e imperdível. Lennie Walker, de dezessete anos de idade, gasta seu tempo de forma segura e feliz às sombras de sua irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre abruptamente, Lennie é catapultada para o centro do palco de sua própria vida - e, apesar de sua inexistente história com os meninos, inesperadamente se encontra lutando para equilibrar dois. Toby era o namorado de Bailey, cujos sentimentos de tristeza Lennie também sente. Joe é o garoto novo da cidade, com um sorriso quase mágico. Um garoto a tira da tristeza, o outro se consola com ela. Mas os dois não podem colidir sem que o mundo de Lennie exploda...


Lennie Walker acaba de perder a irmã Bailey e não consegue lidar com esta situação, se vê perdida na tempestade.

A família Walker é complicada, Lennie e Bailey são irmãs que vivem com a avó hippie e o Tio Big, um solteirão  que já se casou várias vezes e se divorcia, e que também tem hábitos exóticos. As duas irmãs são abandonadas pela mãe ainda bebê, e a avó as cria dando o seu melhor, mas nunca responde com a verdade porque a mamãe foi embora.

No clima de velório Lennie esta confusa e tenta entender como vai prosseguir já que sua irmã estar morta, ela volta a escola e conhece o lindo e encantador Joe Fontaine que de repente ficou muito interessado em Lennie e a convida para um dueto, já que ela toca clarinete. Bailey tinha um namorado, Toby que ficou muito “íntimo” de Lennie após sua morte. Com dois garotos na cola dela, além da dor pela perda da irmã, como nossa personagem principal vai sobreviver a todo este caos? E Toby ex-cunhado que esta “dando em cima dela”, a irmã acabou de ser enterrada, seria bom senso não ficar com ele? Ou só depende dos olhos de quem vê?

Como uma garota de 16 anos encara a morte de sua única irmã que era tão apegada? Lennie é uma montanha russa de sentimentos, nem ela sabe o que ela quer e o que estar fazendo. Ela viveu sempre nas sombras de Bailey e agora que sua irmã faleceu esta praticamente perdida, sem personalidade. Confesso que é meio entediante o monólogo da Lennie: “Por que estou fazendo isto com a Bailey?” “Por que estou fazendo isto com Joe?” Ou com a vovó, enfim com todos. A falta de maturidade e coragem de enfrentar a vida faz com que Lennie se perca e haja de forma que parece não ter sentimentos.

Joe é um amor de pessoa, aquele tipo de garoto que aparece para salvar o dia, mas em vez de Lennie se aproximar mais dele, ela o magoa.

Toby, na minha opinião é o personagem mais detestável, ele chega a ser inconveniente e sem noção. Suas atitudes são impensadas, egoístas e aproveitadoras. Complicando ainda mais a vida de Lennie.

Sarah é a única amiga de Lennie, que a diverte muito e esta sempre disposta a ajudá-la. Uma personagem engraçada e meio “maluca”.

A narrativa de Jandy Nelson é bem simples, divertida e empolgante. Aquele tipo de leitura que você não consegue parar de ler, a cada capítulo uma novidade, uma situação inusitada e algumas vezes engraçada. A diagramação do livro é impecável, com uma história emocionante e envolvente. Os bilhetes, recados, poemas para Bailey que a Lennie escreve, são ótimos e ajuda a entender a personalidade das duas irmãs Walker. Eu indico muito este livro e no final você entende o porquê do Céu esta em todo lugar.

Trecho:

“Nada como Heathcliff e Cathy, como Lady Chaterley e Oliver Mellors, como Sr. Darcy e Elizabeth Bennet! Claro, sempre acreditei que a teoria da paixão fosse como a do Big Bang, mas de forma teórica, como algo que acontece nos livros que você pode fechar e devolver à prateleira, como algo que posso desejar secretamente, mas jamais imaginar que aconteceria comigo.”                                                                                                                                                                    Pág.: 101

Bilhete da Lennie

(Encontrado em uma folha de caderno presa a uma cerca na montanha.)