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segunda-feira, 23 de março de 2015

Resenha: Para Sir Phillip, com amor - Julia Quinn

Eloise estava há bastante tempo sozinha, então percebeu que estava ficando mais velha e ainda sem se casar, mas será tão fácil um casamento por conveniência e comodidade?

Os Bridgerton, uma família bem a frente do século que viviam, tem suas peculiaridades e neste volume se trata de Eloise, uma jovem simpática, inteligente, mas encontra muitas dificuldades para consegui um marido à sua altura, ou pelo menos que a merecesse. Ela ama se comunicar através de cartas e quando sua prima distante falece, ela começa a trocar cartas com o viúvo dela. Sir Philip se mostra muito atencioso e a correspondência entre eles flui por um bom tempo. Cansado da solidão e com dois filhos órfãos para cuidar, Phillip resolve propor casamento a Eloise e a convida para passar um tempo no campo, onde mora, para se conhecerem melhor e o relacionamento poder dar certo. E é aí que tudo se complica, a difícil convivência entre esses dois personagens bem teimosos e únicos.

A escrita da Julia Quinn amadureceu bastante desde que escreveu o primeiro livro “O Duque e Eu”, percebi isso durante a leitura deste quinto livro. Não que antes fosse ruim, mas deu uma melhorada considerável. A autora se preocupa em mostrar os costumes da época e de uma maneira bem divertida você avança na leitura, devorando o livro muito rápido. Julia Quinn desenvolveu muito bem essa estória, tendo um “timming” perfeito para os acontecimentos, trabalhando muito bem com cada situação do enredo.
Os personagens têm suas características bem definidas que não se perdem durante a estória, cada um amadurece, mas não deixando de ser quem era, sendo melhor ainda do que foi antes. Sir Phillip é um homem com seus 30 anos, que passou por momentos muito difíceis. A morte de sua esposa, seu irmão e seu pai, cada um tem um impacto diferente no protagonista que o tornaram dessa forma, um pouco arredio, porém prático. Sir Phillip quer que tudo se resolva muito rápido, mas não contava com algumas complexidades de Eloise. Um homem que por várias tragédias está cansado e muito solitário, por conta disto negligência e muito seus filhos, num desespero que o torna muito perdido e ele tem certeza de poder se encontrar e ser feliz finalmente com uma esposa.
Eloise é uma personagem muito inteligente e independente demais para sua época. Vejo nessa protagonista traços de independências de algumas mulheres que culminaram para hoje em dia, na nossa sociedade, termos muitas liberdades.
Os dois de início acharam que fizeram um grande erro em se conhecer pessoalmente, que conviver todos os dias sobre o mesmo teto é mais complicado do que se pensava, ainda por cima quando Phillip tem duas crianças que constantemente imploram sua atenção. O romance entre eles é construído aos poucos, embora com as cartas Eloise que tivera a certeza de que estava apaixonada, quando a realidade lhe atingiu ela se sentiu bem diferente durantes várias discussões que tivera com este homem que agora era um completo estranho, bem distante daquele homem encantador e gentil que escrevera para ela. Durante o dia a dia, a tensão vai aumentando e claro o desejo entre eles também, quando ele beija Eloise tudo faz sentido novamente em seu mundo e ele deseja nunca mais parar, e ela se perde nas sensações que nunca provara antes.

Um romance que arranca suspiros, mas que te faz pensar muito como é difícil a arte de conviver, principalmente entre duas pessoas tão distintas, mas tão iguais que se esforçam para que tudo dê certo.

Quote:
“Eloise sussurrou seu nome uma última vez, oferecendo-lhe compaixão e compreensão e uma promessa de ajuda, tudo em uma única palavra. Esperava que ele ouvisse, esperava que entendesse.” Pág.: 126

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