Resenha: O Clã dos Magos

Sonea acaba de voltar para favelas e decide revê seus amigos. Logo depois, ela descobre que eles participam de um grupo de resistência contra a Purificação, feito anualmente no inverno, e estão atirando pedras contra o escudo mágico dos temidos magos de Imardin.

Então, Sonea entra na traquinagem e decide jogar, inutilmente, uma pedra com todo o seu ódio. Esse ato mudou tudo. Para o espanto de todos, e dela, a pedra atravessa o campo e atinge um mago. E fica confirmado que de algum modo ela tem magia. Um provável mago fora do clã é muitíssimo pior que alguns favelados revoltados. Agora, os Ladrões – um tipo de gangue – a encaram como um peão em potencial para suas próprias lutas sociais dentro da Favela, e quem sabe contra a nobreza. Porque não existem pessoas com potencial mágico fora do circulo da nobreza e do próprio clã. Então, começa a disputa por Sonea.

Eu tentei várias vezes não pensar nas críticas negativas que li sobre esse livro, e antes já estava na maior expectativa, pois adoro o gênero.

Pois bem, ele tem uma história interessante, nada inédito, mas acabou sendo mal abordada. E todo o contexto foi bem trabalho, tem até mapas e um glossário nas últimas páginas. Entretanto, a narrativa é maçante, cheia de descrições exageradas e neologismos. A escrita da autora é bastante imparcial, simples e de fácil entendimento, mas muitas vezes não empolgou e mal divertiu.

O livro é dividido em três partes. E uma coisa que irritou bastantes pessoas (inclusive eu!) foi a enrolação da primeira parte. Que é, basicamente, toda sobre uma fuga e a busca de uma fugitiva. A autora escreveu mais de 200 páginas só pra história render, quando poderia resumir em 80 páginas sem perder o conteúdo.

Felizmente, a segunda e terceira parte são bem mais dinâmicas. Ela soube trabalhar nos POVs e resultou num efeito melhor. Foi aí que o livro, FINALMENTE, conseguiu prender minha atenção e fiquei mais animada com a história.

“- Não achei que fosse gostar disso. Você pode ter crescido nas classes mais baixas da sociedade, mas tem o orgulho de um rei. – Inclinou-se para a frente. – Um dia todos farão reverência para você, Sonea. Isso lhe será ainda mais difícil de aceitar.”

Um ponto que vale destacar, é que autora deixou os personagens bem superficiais e soltos na história. Sonea que tinha tudo para ser uma heroína marcante, pareceu mais um personagem secundário chatinho. Espero que Trudi explore mais da personalidade do personagem.

Foi um livro bem cansativo de ler pelo tanto de informações que a autora despeja no leitor (mesmo fazendo parte de uma trilogia/série, achei exagerado). Pensei em até desistir de vez da trilogia, mas estou curiosa (ou até esperançosa) com o rumo que a história vai tomar e dos mistérios que ficaram no ar. A história tem potencial.

Deixando claro que o livro é o primeiro da Trilogia do Mago Negro, e é bastante informativo. Não espere uma leitura épica, mas sim uma aventura sem vampiros, lobisomens, fadas e essas coisas da moda. Pensei em encontrar um possível Harry Potter, mas ele nem chegou perto. E como ficou claro, o livro não funcionou positivamente (pelo menos a maior parte) comigo. Mas pode funcionar com você.

Vejam o book trailer: