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sábado, 2 de fevereiro de 2019

[Batalha]: Livro X Adaptação - A Abadia de Northanger, Jane Austen

Nesta coluna vamos analisar o livro e sua adaptação, de forma não tão crítica, lembrando que os filmes são sempre alterados em alguns trechos do livro por conta do visual. Avisando que esta análise não contem spoillers.

Enredo:
A premissa da estória é a autora que vira narradora de seu livro e nos conta os detalhes da família Morland, em especial a Catherine como ela cresce numa família de 10 irmãos. A narradora/autora usa sua sagacidade em seu primeiro romance escrito, que diverte o leitor nas primeiras páginas. Não parando por aí, narrando alguns trechos até o fim da leitura.
Na adaptação de 2007, também temos uma narradora bem cômica que realmente fez jus ao livro mantendo o bom humor durante os trechos narrados. O livro e o filme vão contar a jornada da nossa “heroína”, Catherine Morland, sua introdução a sociedade de Bath, conhecendo pessoas nobres de caráter e outras sem nobreza nenhuma. Encarando decepções, aventuras e situações de vergonha alheia.
Quote:
Contudo, quando o destino de uma jovem dama é ser uma heroína, nem mesmo a obstinação de quarenta famílias circundantes pode obstruir sua trajetória. Algo forçosamente ocorrerá para que um herói seja jogado em seu caminho.” Pág.: 21

Ambientação e Clima:
O cenário que a autora nos descreve é Bath – Inglaterra do século 19, com nuances sombrias e góticas por conta deste gênero que fazia sucesso na época. Com isso Jane Austen ridiculariza o gênero gótico e o poder dele em seduzir e deturbar as mentes das jovens daquela época.
No filme essa ambientação é muito bem retratada com toda a pompa da cidade inglesa de sua época e o toque gótico com tempestades, chuvas e escuridão que foi bem dosada, tornando-o visualmente bonito.

Através de sua escrita, Austen, consegue nos envolver numa atmosfera “dark”. Em um determinado trecho do livro Catherine se vê numa situação bem apavorante que deixa o leitor sem fôlego. Nas telonas pode-se afirmar o mesmo, o diretor desta adaptação de 2007, consegue capitar com maestria este clima nos envolvendo visualmente nesta aventura gótica.

Personagens:
A heroína, Catherine, boba e inexperiente, aos seus 17 anos sem conhecer quase nada da vida real, embarca nessa aventura a sociedade. Que de início faz uma amizade sólida e bonita com os Tiney’s, porém uma não benévola com os Thorpe’s. Catherine aprende duramente sobre o caráter das pessoas e que é preciso saber diferenciá-los e analisá-los para reter o melhor.
A atriz Felicity Jones encarna muito bem a inocente Catherine, que com o tempo amadurece. Os irmãos Henry e Eleanor Tilney também estão bem representados e possuem muito carisma em suas interpretações. Os Thorpes, a família como um todo, são bem irritantes, sem noção e maliciosos o que foram bem interpretados pelos atores de forma a manter essa repulsa também visualmente. Acredito que todo o elenco fez um ótimo trabalho nesta adaptação de 2007, dos principais aos coadjuvantes.

Quote:
Catherine julgou que essa acusação era ao mesmo tempo estranha e rude. Era esse, então, o papel de uma amiga? Expor diante de todos os sentimentos da outra?” Pág.: 107

Nenhum, homem se ofende quando outro homem admira a mulher que ele ama; somente a mulher pode fazer disso um tormento.” Pág.: 161

Trilha Sonora:
Esse tópico é todo do filme, e com isso afirmo que a trilha é tão maravilhosamente criada por seu compositor que ao executá-la posso ouvi-la tranquilamente durante a leitura do livro mantendo o leitor e expectador numa mesma sintonia. O filme foi excelente na musicalidade da estória.

Adaptação:
Com pequenas modificações do enredo do livro, essa adaptação de 2007 foi um sucesso, colocando em movimento as palavras da Jane Austen. Não tenho o que criticar negativamente o filme, é certo que algumas cenas foram cortadas e as mesmas foram necessárias suas retiradas para que o filme funcionasse melhor.

Quem ganha?…
Acredito que as duas obras são lindas. Em sua narrativa Jane mostra sua escrita inicial que já era um sucesso. É certo que nesta minha releitura alguns capítulos foram bem arrastados de ler, um pouco cansativos. A autora poderia ter enxugado mais o texto, não desmerecendo sua escrita talentosa já em seus primeiros escritos.
A obra para o cinema foi bem adaptada com um conjunto de elementos funcionais e que culminam numa obra de sucesso.

Isso sim é um empate. Porque o livro e o filme são ótimos em suas individualidades.
Resenha sobre o Livro AQUI

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