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domingo, 3 de dezembro de 2017

Resenha: Anne de Green Gables, L. M. Montgomery


Sinopse:
Tudo parecia confortável demais na vida dos irmãos Matthew e Marilla Cuthbert, mas o coração de Matthew começou a dar sinais de que a idade lhe havia chegado. Decidiram, não antes sem muita ponderação, adotar um menino, de uns onze anos, para que pudesse receber educação apropriada e ser o ajudante de Matthew. Mas, a mão da Providência já havia agido na vida deles, e através de um erro de comunicação, uma menina ruiva, tagarela e sardenta ocupou o lugar do menino. Anne, assim que chegou a Green Gables, fica sabendo do engano, mas com sua imaginação fértil e conversa afiada, já havia conquistado o coração de Matthew. E assim começa a história de suas aventuras fascinantes, com sua “amiga do peito” Diana, e sua competição com o inteligente e perspicaz Gilbert Blyhte. À medida que Anne foi aceita em Green Gables, ela conquista também a admiração de toda a cidade de Avonlea e o encanto do seu mundo de sonho e imaginação se espalha e vai contagiar você também. Fonte Skoob


L. M. Montgomery expressa muita sensibilidade e emoção com sua narrativa envolvente e elegante. Sempre gosto muito e acho interessante ler um livro pelos olhos de uma personagem infantil.
Apesar de ser um clássico de 1908, a linguagem é bem acessível e a autora nos apresenta a vida no campo canadense. Em toda a narrativa há várias descrições da paisagem bucólica de Avonlea e o encantamento de Anne sobre Green Gables. A autora coloca muito de suas memórias de infância na obra que encanta o leitor.



A maior parte desta narrativa é acompanhando Anne, uma órfã que por engano foi enviada aos Cuthbert, porém os irmãos: Marilla e Mathew decidem ficar com a menina para criá-la.
Anne é uma personagem inigualável, muito inteligente e curiosa, tem o dom de meter-se nas maiores atrapalhadas. De temperamento bem forte ela não consegue controlar suas emoções e impulsos nos rendendo muitas risadas durante a leitura. Muito emotiva, Anne nos cativa “no primeiro olhar” nos emocionando com seu jeito simples e ambicioso, tempestuosa e amorosa. Sendo muito esquisita para sua época, quase sempre está no centro de muitas discussões e sempre julgada por seu comportamento fora do comum.
Diana, a melhor amiga de Anne, que embora tenha sido criada para agir e pensar como menina/mulher daquela época, ela não julga e nem se afasta de sua melhor amiga. É notável a grande admiração e carinho que Diana tem por Anne Shirley, e juntas constroem uma amizade bonita, sólida e muito envolvente.

“… Suponho que a senhorita está acostumada a dormir em quartos maravilhosos. Mas somente imagine o que teria sentido se fosse uma pequena órfã, que nunca teve uma honra dessas.” Pág.: 119

Mathew e Marilla Cuthbert, são irmãos bem distintos. Marilla com seu rigor, tendo muitos desejos reprimidos, acredito que um dia ela tenha sido como Anne, e acaba tomando por missão educar a menina conforme o padrão da sociedade. Mathew é bem o oposto, muito pacífico, muito tímido, porém nunca esconde sua admiração por Anne.
Na trama há outros personagens que compõe este cenário campestre e bem familiar, como Mrs. Lynde, a fofoqueira de Avonlea, mas que está sempre disposta a ajudar os amigos. Outros personagens bem importantes são os colegas da escola de Anne que vão aprontar muito com a menina.

A estória em si não tem muito de extraordinário, mas conduzida com maestria e sensibilidade. Algumas de minhas reflexões foi sobre como sempre (não importa a época), a sociedade repudia o diferente, o excêntrico, ao invés de escutar e tentar entender. O preconceito que parece sempre estar enraizado nas pessoas para com os diferentes, menos favorecidos e todos que não se encaixam com a maioria de um grupo social. O mais triste é que ainda existe e acredito que vai demorar muito para que mude.

Um clássico Canadense, que me cativou com uma heroína tão sincera e verdadeira. O livro tem continuações, mas este primeiro livro fecha um ciclo na vida da Anne, porém quero muito acompanhar a saga desta garota “ruivinha”.

Quote:
- Você põe o coração com tanto ardor nas coisas, Anne – disse Marilla, com um suspiro - , que temo que existam muitas desilusões guardadas para você na vida”. Pág.: 73

P.S.: A Editora Pedrazul está lançando os livros da série, o próximo se chama Anne de Avonlea, Anne de Green Gables é o primeiro de uma série de 8 livros.


Adaptação em série pela Netflix

Anne with an E


Ficha técnica:
Diretora: Niki Caro
Roteiro: Moira Walley-Beckett
Elenco: Amybeth McNulty, Geraldine James, R. H. Thomson, Dalila Bela, Michele Giroux, Lucas Jade Zumann, Helen Johns.

Começando pela abertura que é linda, a série consegue transmitir as paisagens descritas na obra, que são de tirar o fôlego. A atriz que interpreta Anne(Amybeth McNulty), foi uma das melhores escolhas do elenco, consigo visualizá-la durante a leitura.
Os demais personagens também foram bem elencados, desde a Marilla Cuthbert(Geraldine James), à Gilbert Blythe(Lucas Jade Zumann).
O enredo da série é adaptado, portanto não é fiel ao livro, com algumas modificações que não achei necessárias, mas não é de todo ruim. O que mais gostei foi que a essência foi mantida.
A adaptação consegue emocionar muito (nem preciso dizer que chorei em vários episódios), com muita delicadeza e uma fotografia digna de premiação. A série foi renovada, então vamos aguardar mais de Anne e suas aventuras.

Trailer da Série:
        

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