Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações. Fonte Skoob
Um livro que
transmite ensinamentos para vida, principalmente para pais e mães.
A leitura começa na
descrição do local, seus costumes da época, a vida pacata da
cidade de Maycomb. A autora narra na visão da garotinha Scout,
sempre mencionando uma situação no seu presente e com isso ela faz
um gancho nos contando o passado de algum personagem, o que aconteceu
na época da cidade, sutis digressões.
A escolha da autora
em contar a estória através do olhar de uma criança sensibiliza a
narrativa com sua inocência e vários questionamentos deixando a
leitura muito mais fluida, sincera e delicada.
A narrativa procura
aproximar bastante da nossa realidade, não faltando resoluções
trágicas, consequências tristes de atos de covardia, maldade e
falta de respeito que infelizmente é inerente ao ser humano.
Cada personagem não
está ali por acaso, cada um tem sua importância durante a estória.
A protagonista e narradora, Scout é uma menina inteligente, precoce
e de certa maneira de temperamento forte. Uma das características da
narradora é a paixão pela leitura, o que encanta o leitor ávido, a
qual deriva de uma influência bem amorosa de seu pai. A Scout também
narra situações bem engraçadas e outras bem tensas, ao lado de seu
irmão Jem que está entrando na pré-adolescência e já
demonstrando uma personalidade mais complexa. Os dois são orientados
e educados pelo seu pai: Atticus Finch, advogado de uma certa idade,
que sempre prefere dialogar, mostrar o melhor caminho para seus
filhos ao invés de batê-los. Atticus consegue esclarecer o certo e
o errado para seus filhos de forma a fazê-los obedecer, mas sem
forçar respeito e sim ganhando-o pelo seu bom caráter e exemplo,
não só como pai , mas também como pessoa na sua comunidade.
Outro personagem bem
importante é a Sra. Maudie, mulher de vanguarda, inteligente, que
sabe sua condição como mulher na sociedade machista, mas sabe
conseguir respeito expondo sua opinião mediante a situações
preconceituosas e injustas.
Boo Radley é um
personagem bem importante que vai revelando seu caráter através de
atitudes durante o livro.
Encontramos várias
questões morais e sociais no enredo. Situações que chegam a ser
bem atuais como: machismo, preconceito racial, desigualdade de
classes, o fanatismo religioso, que infelizmente ainda hostiliza
pessoas na nossa “sociedade moderna”. Em cada problema
apresentado a autora soluciona de forma a fazer o leitor questionar
bastante no que teria feito no lugar dos personagens, lições de
caráter e dignidade são bem exemplificadas. Nas minhas reflexões
sobre a leitura percebi o quanto a autora enfatiza o respeito ao
próximo não importando raça, cor, gênero e idade. Que só podemos
entender o outro quando nos colocamos no seu lugar, “calçando o
sapato do outro”. Que viver em sociedade é respeitar o próximo
como você quer ser respeitado. É um ensinamento antigo e que todo
mundo esta cansado de ouvir, mas quase não há prática atualmente.
Um livro que faz
diferença na vida de todo leitor e que merece ser lido e relido em
várias épocas da vida, não importando a idade.
Quote:
“Eu não gostava
de ler até o dia em que tive medo de não poder ler mais. Ninguém
ama respirar”. Pág.: 29
Nota do Filme:
O filme é adaptação
deste livro incrível, dirigido por Robert Mulligan em 1962 e
ganhador de vários prêmios: 3 Oscars, 3 Globos de ouro entre
outros. Uma adaptação que realmente soube passar toda a essência
da estória das páginas para a telona. Com interpretações
maravilhosas que repercutiram numa época em que se discutia e
lutava-se pelos direitos civis.
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