Até onde
pode levar a ambição de um homem sedento por conhecimento? E até onde isso pode
destruí-lo?
Pesadas
essas perguntas no início deste resenha, certo? Foi o que fiquei pensando após
a leitura deste livro que no mínimo me deixou assustada. A autora tem uma
narrativa maravilhosa, sabe realmente usar as palavras e romanceou este
clássico de terror do século 19. Este romance foi criado meio que ao acaso,
numa noite em que Mary Shelly, seu marido e Lord Byron se reuniam para falar e
produzir contos de terror, Mary não conseguiu dormir depois de ter essa ideia
de um homem descobrir o segredo da vida e criar um ser. Ela desenvolver o que
era de início um conto e transformou neste clássico da literatura de terror. A
leitura é bem fluída, porém não tão agradável, pelo menos para mim, tem algumas
cenas bem violentas e outras de tensão psicológica que foram difíceis de ler.
O livro
começa com o Capitão Walton, determinado a explorar os mares, escrevendo cartas
para sua irmã, relatando suas aventuras e numa dessas aventuras ele resgata o
Dr. Victor Frankenstein num bote à beira da morte. Então ele fica muito
empolgado para ser amigo do Doutor, e quando o mesmo se recupera começa a
contar toda a sua trajetória até o presente momento. Victor sempre foi um bom
menino dedicado aos estudos, ainda pequeno sua família adotou Elizabeth, a qual
trata como prima, pois eles estavam destinados a serem o amor da vida um do
outro quando crescessem. Victor cresce e vai ser médico estudando na Alemanha,
de início ele é ridicularizado pelos seus anseios em alquimia e filosofia na
medicina, mas um professor ver suas teorias promissoras e acaba ajudando seu
aluno nessa busca desenfreada por conhecimento e poder. Numa época de
descobertas com a eletricidade, eles fazem experimentos em animais mortos e
depois cogita a possibilidade de trazer um ser humano a vida. A ambição do
Doutor Frankenstein cresce ele acaba criando uma criatura, que no mesmo momento
se arrepende da façanha, amaldiçoando sua criação e querendo esquecer esse
fato. E daí se desencadeia vários acontecimentos terríveis entre a criatura e o
criador.
Muitas questões
filosóficas são exploradas neste livro o fato do poder do homem em criar vida,
ser maior que seu próprio Deus, o que chamar desta criatura feita pela mão do
homem, será ela ter espírito? Alma? Terá capacidade de amar? Perdoar?
Violência?
Já que é um
monstro em sua forma física, ele sofre vários abusos ao se relacionar com as
pessoas, em primeiro que ele ainda não fala e sem nenhum sentido de moral ou
como se comportar a criatura sofre muito e nisso é despertado o seu pior. Ao
observar uma família ele consegue desenvolver a fala e ler muitos livros, porém
esta família não o aceita e ele num momento de puro ódio e desolação decide
procurar seu criador e provocar sofrimento a ele também. O diálogo entre
Frankenstein e seu monstro são os capítulos mais fascinantes em minha opinião,
o monstro citando livros e falando sobre as experiências de sociedade que
vivenciou choca e comove o leitor.
Um livro que
vai muito a pena ser lido, com questões sobre existência e o sentido da vida
que vão levar o leitor a muita reflexão, inclusive religiosas também. Um final
bem triste e comovente encerra essa estória que atravessa séculos e não perde
seu brilho.
Quote:
"É verdade que eu pedia tesouros maiores do que um pouco de comida ou de repouso: eu queria bondade e simpatia; não me julgava totalmente indigno disso." Pág.: 102
Victor Frankenstein, 2015
Este
ano(2015) irá estrear uma nova adaptação, chamada Victor Frankenstein, nela o
foco será o Doutor e não tanto a criatura, em como surgiu esta vontade de criar
vida, e em como a ganância foi modificando o caráter de Frankenstein. No elenco
está James McAvoy como Victor e Daniel Radcliffe como Igor que ajuda o doutor,
porém o Igor que é visto em várias adaptações da obra não existe no livro.
Trailer:
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