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sábado, 31 de outubro de 2015

Semana de Halloween - Resenha: Frankenstein, Mary Shelly

Até onde pode levar a ambição de um homem sedento por conhecimento? E até onde isso pode destruí-lo?

Pesadas essas perguntas no início deste resenha, certo? Foi o que fiquei pensando após a leitura deste livro que no mínimo me deixou assustada. A autora tem uma narrativa maravilhosa, sabe realmente usar as palavras e romanceou este clássico de terror do século 19. Este romance foi criado meio que ao acaso, numa noite em que Mary Shelly, seu marido e Lord Byron se reuniam para falar e produzir contos de terror, Mary não conseguiu dormir depois de ter essa ideia de um homem descobrir o segredo da vida e criar um ser. Ela desenvolver o que era de início um conto e transformou neste clássico da literatura de terror. A leitura é bem fluída, porém não tão agradável, pelo menos para mim, tem algumas cenas bem violentas e outras de tensão psicológica que foram difíceis de ler.

O livro começa com o Capitão Walton, determinado a explorar os mares, escrevendo cartas para sua irmã, relatando suas aventuras e numa dessas aventuras ele resgata o Dr. Victor Frankenstein num bote à beira da morte. Então ele fica muito empolgado para ser amigo do Doutor, e quando o mesmo se recupera começa a contar toda a sua trajetória até o presente momento. Victor sempre foi um bom menino dedicado aos estudos, ainda pequeno sua família adotou Elizabeth, a qual trata como prima, pois eles estavam destinados a serem o amor da vida um do outro quando crescessem. Victor cresce e vai ser médico estudando na Alemanha, de início ele é ridicularizado pelos seus anseios em alquimia e filosofia na medicina, mas um professor ver suas teorias promissoras e acaba ajudando seu aluno nessa busca desenfreada por conhecimento e poder. Numa época de descobertas com a eletricidade, eles fazem experimentos em animais mortos e depois cogita a possibilidade de trazer um ser humano a vida. A ambição do Doutor Frankenstein cresce ele acaba criando uma criatura, que no mesmo momento se arrepende da façanha, amaldiçoando sua criação e querendo esquecer esse fato. E daí se desencadeia vários acontecimentos terríveis entre a criatura e o criador.

Muitas questões filosóficas são exploradas neste livro o fato do poder do homem em criar vida, ser maior que seu próprio Deus, o que chamar desta criatura feita pela mão do homem, será ela ter espírito? Alma? Terá capacidade de amar? Perdoar? Violência?
Já que é um monstro em sua forma física, ele sofre vários abusos ao se relacionar com as pessoas, em primeiro que ele ainda não fala e sem nenhum sentido de moral ou como se comportar a criatura sofre muito e nisso é despertado o seu pior. Ao observar uma família ele consegue desenvolver a fala e ler muitos livros, porém esta família não o aceita e ele num momento de puro ódio e desolação decide procurar seu criador e provocar sofrimento a ele também. O diálogo entre Frankenstein e seu monstro são os capítulos mais fascinantes em minha opinião, o monstro citando livros e falando sobre as experiências de sociedade que vivenciou choca e comove o leitor.


Um livro que vai muito a pena ser lido, com questões sobre existência e o sentido da vida que vão levar o leitor a muita reflexão, inclusive religiosas também. Um final bem triste e comovente encerra essa estória que atravessa séculos e não perde seu brilho.

Quote:
"É verdade que eu pedia tesouros maiores do que um pouco de comida ou de repouso: eu queria bondade e simpatia; não me julgava totalmente indigno disso." Pág.: 102 

Victor Frankenstein, 2015
Este ano(2015) irá estrear uma nova adaptação, chamada Victor Frankenstein, nela o foco será o Doutor e não tanto a criatura, em como surgiu esta vontade de criar vida, e em como a ganância foi modificando o caráter de Frankenstein. No elenco está James McAvoy como Victor e Daniel Radcliffe como Igor que ajuda o doutor, porém o Igor que é visto em várias adaptações da obra não existe no livro.

Trailer:

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