Uma obra que
ganhou várias adaptações desde os anos 60 e que pode impactar o leitor até
hoje. Não esperava que fosse gostar da leitura do livro, sendo grande fã dos
filmes achei que funcionaria melhor nas telonas, porém Pierre Boulle consegue
surpreender. De início não foi fácil ler, mas quando você assimila melhor a
narrativa do autor e toda a trama apresentada, me vi inteiramente envolvida e
desesperada pelo desfecho. Por ser uma obra de ficção científica, temos alguns
dados de física, que não se estende muito, e eu sou totalmente leiga neste
departamento, mas não achei difícil lidar com esta parte. Depois o autor nos
apresenta um mundo totalmente novo e inesperado, como macacos podem dominar
humanos? E como eles aprenderam a falar e evoluir? E quando humanos dotados de
inteligência deixaram ser tratados como selvagens? E pior sem falar coisa
alguma.
Acredito que
esse seja o maior questionamento que a obra faz com o leitor, o que nos torna
humanos? Será que outras espécies não teriam esta chance se fossem tratados de
maneira diferente?
O personagem
principal é o Ulysse que nos conta através de um manuscrito o que aconteceu com
ele e seus companheiros de viagem, explorando outras galáxias. O protagonista
conseguiu passar todo o horror que poderia ser quando os humanos não fossem a
espécie dominadora, sendo submetidos a
todo e qualquer tipo de testes de laboratório sendo os humanos cobaia.
O que me
surpreendeu foi como o autor colocou o caráter independente de ser humano ou
macaco, mostrando que temos o bem e o mal dos dois lados. Um personagem
interessante é a macaca Zira, que é uma cientista e sofre preconceito machista
entre os macacos por ser uma fêmea, igual os humanos que resistem e tem seu machismo
até hoje em dia. Zira é a única que dá crédito a Ulysse o único humano que pode
falar e pensar, sendo surpreendida por ele diversas vezes, e depois criando
afeição por ele a ponto de não trata-lo mais como uma besta selvagem.
Nenhuma
adaptação de “Planeta dos Macacos” foi fiel, a que se assemelha bem próximo foi
a adaptação de 1968, porém nem o autor do livro gostou do final. Acredito que a
ideia do livro se manteve em todas as adaptações, inclusive nesta mais recente
de 2014.
Uma trama de
gênio, que nos traz questionamentos sobre comportamento e até onde é certo ou
errado ir, com um final surpreendente e bem diferente é uma excelente leitura
de ficção científica. Recomendada.
*Nota:
Nesta edição da Editora Aleph, vem um posfácio recheado de informações super importante sobre o autor, obras e uma entrevista espetacular com Pierre Boulle. Ainda nesta edição vem informações também sobre a adaptação feita em 1968.
*Nota:
Nesta edição da Editora Aleph, vem um posfácio recheado de informações super importante sobre o autor, obras e uma entrevista espetacular com Pierre Boulle. Ainda nesta edição vem informações também sobre a adaptação feita em 1968.
Quote:
“A cem passo
dali avistei outro gorila, similar ao primeiro. Eu assistia a caçada –
participava dela também, ai de mim! - , uma caçada fantástica em que os
caçadores, postados a intervalos regulares, eram macacos, e a caça acuada,
constituída por homens e mulheres como eu,...” Pág.: 47
Nenhum comentário:
Postar um comentário