É
o segundo livro da autora que leio, e nada mudou na sua escrita, de
início é um ritmo lento, mas depois a trama te envolve. É claro
que a autora faz um trabalho de pesquisa até histórico para dar
veracidade a sua estória. Neste livro(como no anterior) ela explora
a Índia da década de 30 e a colonização da Inglaterra sobre a
ela. Neste contexto ela traz uma personagem que quer ser independente
e viver do seu trabalho, Eliza, que viúva tenta viver de sua
fotografia.
As
descrições das paisagens e sobre as fotos da protagonista são bem
lindas e faz o leitor imaginar cada detalhe e nuance, diria que até
sensorial.
Eliza
é uma personagem que deveria ser interessante, porém seu
desenvolver (ou não desenvolver) é um pouco decepcionante. Com
muitos problemas, traumas familiares e amorosos, eu esperava mais do
amadurecimento desta. Porém não vemos o crescimento da
protagonista, tornando-a mimada e muito rancorosa, é certo que
algumas decisões dela tinha que ser do jeito que foi, mas muitas
outras deixaram a desejar visto que é uma mulher com seus quase 30
anos. Eliza nunca conseguiu superar a perda do pai, e fica
inconformada e irredutível quando algumas verdades sobre seu “Pai
Perfeito” vem a tona. Outra decepção foi o não desenvolver e
trabalhar da relação de Eliza com sua mãe.
O
Príncipe indiano, Jay, tem seus méritos, personagem envolvente,
misterioso e encanta o leitor com sua visão real e sobrenatural da
sua Índia. O relacionamento dele com Eliza é bom de acompanhar e
seu romance bem crível, porque eles tem química e destinos
interligados.
A
mãe do marajá é uma personagem feminina muito interessante que tem
seu destaque na trama, assim como Indira, personagem independente e
muito dona de si, num país que queimam viúvas e que já se é uma
desgraça em nascer mulher.
Ana
Fraser, mãe de Eliza, é uma personagem bem complexa e que sofre com
injustiças do passado e falta de opção, acredito que seu
relacionamento com sua filha deveria ser melhor explorado.
Alguns
costumes e tradições da Índia daquela época causam revolta e
reflexões, em que autora soube colocá-las muito bem durante a
estória. Temos também muita politicagem e conspirações,
principalmente da dominação Inglesa sobre os indianos que em alguns
capítulos tira o folego na leitura.
O
livro não consegue ter uma boa finalização, com uma solução
mágica de última hora, algumas questões em aberto e personagens
mal explorados. A autora usa a mesma fórmula do livro anterior e
isso fica repetitivo demais.
Eu
recomendo a leitura se você gostar muito de romance romântico e
quer conhecer mais sobre a Índia, mas está de longe ser um
favorito. Apesar da escrita da autora ser muito boa.
Quote:
“Estrangeira
numa terra estranha, esperava que a viagem pudesse ajudá-la a
encontrar um rumo, mas só estava se afundando cada vez mais.”
Pág.: 101
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