Uma
cidadezinha cheia de maquinações políticas, bandidagem, “jeitinho brasileiro” e
muita hipocrisia.
Sinopse:
Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.
Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.
Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo. (Fonte: Skoob)
Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.
Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.
Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo. (Fonte: Skoob)
A primeira
parte do livro temos uma verdadeira aula de história do Brasil, principalmente
sobre a Era Vargas. Confesso que foi uma leitura arrastada e maçante para mim.
Porém esta primeira parte do livro é muito explicativa e formação de
personagens muito importantes como as duas famílias “donas” da cidade: Os
Campolargos e Os Vacarianos. Acompanhamos toda a guerra destas duas famílias
que dominam toda Antares, certas partes são violentas e difícil de digerir.
Guerras que aconteceram no Brasil são relatas historicamente com personagens reais
e outros fictícios que formam a estória.
A narrativa
de Veríssimo é direta, com detalhes e algumas vezes cômica. A segunda parte do
livro apresenta o “Incidente em Antares”, e o autor usa o realismo fantástico
para desenvolver o problema levantando os mortos e transformando-os em zumbis
brasileiros. Essa parte do livro foi a que mais gostei, fluiu muito bem e dei
muitas gargalhadas com as situações cômicas destes personagens. Nesta segunda
parte temos alguns dramas também, estórias de pessoas bem sofridas que não é
diferente da realidade de muitas pessoas da sociedade brasileira,
principalmente a classe baixa de trabalhadores, o autor expõe os problemas como
crítica social para que o leitor reflita sobre muitos problemas sociais que não
estão distante de nossa realidade.
Cada
personagem tem sua importância, o patriarca dos Vacarianos o Coronel Tibério,
que com sua arrogância e poder manda e desmanda em tudo e todos, querendo ser
modelo de postura e sendo um hipócrita, déspota cretino que ganhou meu desprezo
e ódio durante toda a leitura. O Zózimo Campolargo não tinha muita força como
personagem, porém sua esposa Quitéria ganhou grande destaque na trama, mesmo
sendo meio vilã D. Quitéria é uma mulher forte, decidida e que me conquistou
durante a narrativa.
Temos muitos
personagens importantes, que dão seu alívio cômico como Cícero Branco,
Barcelona, Erotildes e Pudim de Cachaça. Outros personagens são mais dramáticos
e suas condições e situações levam os leitores à reflexão como Padre Pedro
Paulo, João Paz, Valentina e o Maestro Menandro Olinda. Todos são personagens
bem construídos e que suas participações não são coadjuvantes, sendo todos
principais.
Portanto recomendo
a leitura deste livro brasileiro muito importante e muito bem escrito e
desenvolvido, que mesmo não ter tido ritmo de início para mim, foi muito
gratificante continuar a leitura e ter ficado satisfeita com a estória toda.
Foi realmente uma aula! Agora diferente de você, eu não achei arrastado, porque o tipo de narrativa me conquistou. Ainda bem que depois você acostumou e conseguiu gostar! Beijos
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