Kelsey tem
um passado que sempre tenta esquecer, porém para se encontrar tem que lembrar
do passado que tanto quis esquecer.
Esse é o
terceiro livro da trilogia da autora Cora Carmack, cada livro conta a vida de
um dos três grandes amigos que tentando superar seus dramas, encontrar um
grande amor e o mais importante seguir em frente. Com uma escrita leve e
cativante a leitura flui tranquilamente, a autora aos poucos vai apresentando
seus protagonistas, sempre deixando um mistério no ar do que o personagem passa
ou já passou. Neste terceiro livro a estória de Kelsey é o cerne da trama,
sempre tive curiosidade sobre esta personagem que sempre mostrou estar tudo
bem, mas que na realidade estava ruindo aos poucos. Depois da faculdade, Kelsey
não sabe mais o que fazer e sua angústia era tamanha que ela fez a única coisa
que aprendeu ao longo desses anos: fugir. Como sua família tem muito dinheiro,
e acha que pode comprar tudo e todos, ela foi fazer uma viagem pelo mundo começando
na Europa. Sem se importar no preço, já que seu pai pagava tudo, sua vida era
de cidade em cidade, de país em país regada à muitas festas, álcool e sexo. Mas
chega uma hora que cansa e Kelsey já não se reconhece mais, aí aparece o
misterioso e irritante Hunt, que mexe com nossa protagonista, porém com ares de
mistério e arrogância acaba irritando-a ainda mais. Será Hunt sua tábua de
salvação? Ela realmente vai se encontrar? Ou se perder ainda mais?
Aos poucos a
autora vai apresentando seus personagens, de início não gostei da Kelsey, não
conseguia ter nem pena dela, muito autodestrutiva, mas consegui torcer para que
tudo desse certo para ela. Hunt foi um personagem bem difícil, mas todo seu
mistério me intrigou e cativou para saber mais sobre ele a cada página. A
família da Kelsey é totalmente desestruturada e acha que tudo se resolve “varrendo
a sujeira para debaixo do tapete”, quando na verdade só piorava, principalmente
para Kelsey que cresceu sabendo e acreditando que no fim nada importa. Não
posso revelar muito sobre Hunt, como falei ele é um personagem bem misterioso e
que a autora só o mostra nos últimos capítulos. Posso dizer que ele tinha
motivos para eu odiá-lo em certos capítulos e depois passei a entendê-lo, e ele
se tornou um personagem bem crível que comete erros e atitudes bem
característicos de pessoas que passaram pelo que ele passou.
A trama é
bem construída e a autora resolve os dilemas e conflitos dos protagonistas.
Porém senti falta de um arremate melhor para o casal, não que a autora deixou
claro o que aconteceu com eles, mas achei muito rápido a conclusão, poderia
durar mais páginas. Um livro de romance onde o drama pesa mais, com famílias
disfuncionais e problemas bem reais, isso tudo numa road trip com descrições de
lugares incríveis e passeios encantadores. Personagens cativantes e algumas
cenas bem sensuais, com uma linda estória de amor e superação.
Quote:
“...
entramos e eu vi a frase de Jack kerouac na parede, soube que era o lugar
perfeito.
Li em voz
alta: ‘As únicas pessoas para mim são as doidas, aquelas loucas para viver,
para serem salvas, desejando tudo ao mesmo tempo, aquelas que nunca se enfadam
nem dizem lugares-comuns, e sim que queimam, queimam, queimam como fabulosos
fogos de artifício amarelos romanos explodindo como aranhas nas estrelas’.”
Pág.: 132
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