Nesta
coluna vamos analisar o livro e sua adaptação, de forma não tão
crítica, lembrando que os filmes são sempre alterados em alguns
trechos do livro por conta do visual. Avisando que esta análise não
contem spoillers.
Enredo:
A
premissa da estória é a autora que vira narradora de seu livro e
nos conta os detalhes da família Morland, em especial a Catherine
como ela cresce numa família de 10 irmãos. A narradora/autora usa
sua sagacidade em seu primeiro romance escrito, que diverte o leitor
nas primeiras páginas. Não parando por aí, narrando alguns trechos
até o fim da leitura.
Na
adaptação de 2007, também temos uma narradora bem cômica que
realmente fez jus ao livro mantendo o bom humor durante os trechos
narrados. O livro e o filme vão contar a jornada da nossa “heroína”,
Catherine Morland, sua introdução a sociedade de Bath, conhecendo
pessoas nobres de caráter e outras sem nobreza nenhuma. Encarando
decepções, aventuras e situações de vergonha alheia.
Quote:
“Contudo,
quando o destino de uma jovem dama é ser uma heroína, nem mesmo a
obstinação de quarenta famílias circundantes pode obstruir sua
trajetória. Algo forçosamente ocorrerá para que um herói seja
jogado em seu caminho.” Pág.: 21
Ambientação
e Clima:
O
cenário que a autora nos descreve é Bath – Inglaterra do século
19, com nuances sombrias e góticas por conta deste gênero que fazia
sucesso na época. Com isso Jane Austen ridiculariza o gênero gótico
e o poder dele em seduzir e deturbar as mentes das jovens daquela
época.
No
filme essa ambientação é muito bem retratada com toda a pompa da
cidade inglesa de sua época e o toque gótico com tempestades,
chuvas e escuridão que foi bem dosada, tornando-o visualmente
bonito.
Através
de sua escrita, Austen, consegue nos envolver numa atmosfera “dark”.
Em um determinado trecho do livro Catherine se vê numa situação
bem apavorante que deixa o leitor sem fôlego. Nas telonas pode-se
afirmar o mesmo, o diretor desta adaptação de 2007, consegue
capitar com maestria este clima nos envolvendo visualmente nesta
aventura gótica.
Personagens:
A
heroína, Catherine, boba e inexperiente, aos seus 17 anos sem
conhecer quase nada da vida real, embarca nessa aventura a sociedade.
Que de início faz uma amizade sólida e bonita com os Tiney’s,
porém uma não benévola com os Thorpe’s. Catherine aprende
duramente sobre o caráter das pessoas e que é preciso saber
diferenciá-los e analisá-los para reter o melhor.
A
atriz Felicity Jones encarna muito bem a inocente Catherine, que com
o tempo amadurece. Os irmãos Henry e Eleanor Tilney também estão
bem representados e possuem muito carisma em suas interpretações.
Os Thorpes, a família como um todo, são bem irritantes, sem noção
e maliciosos o que foram bem interpretados pelos atores de forma a
manter essa repulsa também visualmente. Acredito que todo o elenco
fez um ótimo trabalho nesta adaptação de 2007, dos principais aos
coadjuvantes.
Quote:
“ Catherine
julgou que essa acusação era ao mesmo tempo estranha e rude. Era
esse, então, o papel de uma amiga? Expor diante de todos os
sentimentos da outra?” Pág.: 107
“Nenhum,
homem se ofende quando outro homem admira a mulher que ele ama;
somente a mulher pode fazer disso um tormento.” Pág.: 161
Trilha
Sonora:
Esse
tópico é todo do filme, e com isso afirmo que a trilha é tão
maravilhosamente criada por seu compositor que ao executá-la posso
ouvi-la tranquilamente durante a leitura do livro mantendo o leitor e
expectador numa mesma sintonia. O filme foi excelente na musicalidade
da estória.
Adaptação:
Com
pequenas modificações do enredo do livro, essa adaptação de 2007
foi um sucesso, colocando em movimento as palavras da Jane Austen.
Não tenho o que criticar negativamente o filme, é certo que algumas
cenas foram cortadas e as mesmas foram necessárias suas retiradas
para que o filme funcionasse melhor.
Quem
ganha?…
Acredito
que as duas obras são lindas. Em sua narrativa Jane mostra sua
escrita inicial que já era um sucesso. É certo que nesta minha
releitura alguns capítulos foram bem arrastados de ler, um pouco
cansativos. A autora poderia ter enxugado mais o texto, não
desmerecendo sua escrita talentosa já em seus primeiros escritos.
A
obra para o cinema foi bem adaptada com um conjunto de elementos
funcionais e que culminam numa obra de sucesso.
Isso
sim é um empate. Porque o livro e o filme são ótimos em suas
individualidades.
Resenha
sobre o Livro AQUI